domingo, 30 de janeiro de 2011

Hoje li, de forma despretenciosa, a coluna de Marcia Cabrita , publicada em O Globo, e , ao final, percebi que gostei muito do que estava ali escrito. Não compartilho com ela a doença  (ainda bem!), mas , sim, o sentimento de que,  atualmente, não se pode mais sofrer  nem ser infeliz. A internet (sobretudo os sites de relacionamento) é a maior divulgadora desse novo (nem tanto assim) comportamento. É claro que ninguém irá para um facebook ou orkut para transformá-los em muros de lamentações, mas também não creio nessas excessivas demonstrações de felicidade que vejo por ali. Há hora, muitas, aliás, em que chego a me irritar com tamanhaalegria! Tanta comida boa que é devorada, lugares maravilhosos, passeios fantásticos, pencas de amigos, uma vida tão agitada e FELIZ! 
Vou confessar uma loucura: gosto de sofrer! Gosto de estar triste e depois deixar de estar; gosto de ficar meio deprimida e ler um bom livro e ver a depressão ir dar uma volta; gosto de chorar à toa e ainda escolher na locadora um bom filme que me faça chorar mais ainda! Gosto de pedir colo para meus familiares e amigos ... e receber, é claro!
E é isso que me move, essa maré de sentimentos, estar de um jeito e de outro. Ficar angustiada e depois realizar que foi uma bobagem sentir-me daquela maneira. Ficar em casa tristinha, na minha, me leva a escrever, a criar minhas caixas, a desenhar, a pensar, enfim, a criar... O recolhimento é algo decisivo para a minha criação. Mas, naturalmente, adoro dar boas gargalhadas. Mas por que não dizer: minha vida está uma chatice!? Nada de bom acontece! Não aguento mais tal coisa e tal lugar! Tudo tem sempre de ser divertido, temos de ser lindas, bem casadas, superrealizadas profissionalmente, sem nenhuma frustração!
Eu ando exausta, ando até pensando em sair dessas páginas... Mas talvez não, só pelo fato de poder rever pessoas realmente queridas, para poder-lhes contar como minha vida anda sem graça!

Um comentário:

  1. Antonela querida,
    Simplesmente a-do-rei esse post!! Veja como pouca coisa (ou nada!)mudou do tempo em que escreveu pra agora. Atualíssimo esse artigo!
    Faço parte do mesmo "clube" ou da mesma loucura: tb gosto de chorar, de sofrer. Aberta às emoções que nos visitam, aos altos e baixos da maré.
    Um beijo nesse coração grande,

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