terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Correção

Um pacote de provas ansiosas para serem corrigidas me espera. E eu postergo esse momento até um cachorro rotwailler aparecer rosnando no horizonte prestes a me devorar caso eu não cumpra essa tediosa tarefa.
Desânimo total. Por que, perguntarão vocês , meus caros leitores? Que falta de ética uma professora declarar assim, em público, não ter vontade de corrigir as provas finais de seus alunos de 6º ano. Meus alunos são crianças e adolescentes adoráveis, cada um com sua singularidade e, ao mesmo tempo, com seus desejos da juventude, com suas asas por bater e a matraca de maritacas sempre a funcionar. Então, o que me faz ter esse desânimo? A descrença nesse sistema educacional falido em que nos encontramos inseridos. Não creio mais na escola como ela se coloca para nossos jovens. Não sei exatamente o que propor, mas isso que aí está desde o século XVIII em nossa sociedade burguesa e capitalista não me convence mais.Não se trata de informartizar tudo, pois até mesmo com a tecnologia mais atualizada podemos nos tornar macacos-de-imitação. Acredito que se deva buscar uma formação pela alegria de descobrir. Tornar nossos alunos em pesquisadores, despertar-lhes o gosto pelo que o próprio semelhante produz, produziu e produzirá.
Penso mais uma vez na bactéria arsênica. Por que não aprendi  química? Uma disciplina tão interessante e fundamental para compreender a vida em nosso planeta! Porque era chata e totalmente desligada da realidade... Por que os alunos não gostam de ler? Entre muitos e muitos motivos, porque, na escola, ler torna-se uma obrigação chata, com provas, testes e cobranças da pior espécie. E por aí vamos...
Tenho de parar por aqui. O pacote me chama e tenho prazo para devolvê-lo cheio de rabiscos vermelhos.
Nos anos 30, o mestre Anísio Teixeira já dizia:
(...) educação não é preparação, nem conformidade.
Educação é vida, e viver é desenvolver-se, é
crescer. Vida e crescimento não estão subordinados
a nenhuma outra finalidade, salvo mais vida e mais
crescimento.

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